Por favor, aceitem o risco de ser professores num tempo que
o conhecimento muda a cada instante, exigindo dedicação
para acompanhar as mudanças contínuas. Aceitem com
audácia esse desafio, e sigam rumo à criação de novas
maneiras
de conhecer, por mais efêmeras que
sejam (BUARQUE, 2003, apud MARQUES, 2015).
sejam (BUARQUE, 2003, apud MARQUES, 2015).
Refletindo sobre o tema Práticas
Pedagógicas Inclusivas, decidi falar sobre minha primeira tentativa de
realizá-la. Como já mencionei em postagens anteriores, atuo no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo como Professora de
Português, Inglês e Espanhol – isso mesmo, três línguas: a materna e mais duas
estrangeiras, um desafio que amo! Em 2016 tive o privilégio de trabalhar com
uma turma lecionando, ao mesmo tempo, Português e Inglês por um semestre; e foi
dentro dessa sala de aula que conheci duas pessoas que influenciariam minha
prática docente para o resto de minha vida. Essas duas pessoas me apresentaram
uma nova perspectiva de ver a vida: minha querida aluna com deficiência
auditiva e sua intérprete, uma grande dupla!
No
início, após o medo inicial de como tratar essa aluna especial, procurei pensar
em como proporcionar a esta aluna - que tinha Libras como sua primeira Língua e
que não conhecia o Português, uma experiência de aprendizagem na Língua Inglesa
– que poderia se tornar sua terceira língua.
Uma
das primeiras ações foi pensar em uma maneira de adaptar os materiais
existentes, bem como as aulas, as atividades e avaliações. Para isso, a ajuda
recebida pela intérprete foi fundamental. Como a aluna tinha facilidade e
gostava de desenhar, tivemos a ideia de trabalhar com a tradução da Libras para
a ASL (American Sign Language) e a posterior elaboração de um dicionário
ilustrado por ela.
A
atividade consistia em trabalhar com o auxílio de um dicionário trilingue, a
aluna recebia uma folha com um vocabulário relacionado ao conteúdo trabalhado
por todos os alunos da sala – no exemplo que vou usar estávamos trabalhando com
os gentilícios, no segundo bimestre. Depois tinha que pesquisar no dicionário como era essa palavra em Língua
de Sinais Americana, e pesquisar também a bandeira relacionada ao gentilício
estudado usando o notebook em sala de aula. A última etapa consistia em reunir
as duas informações: o desenho da bandeira e o desenho simplificado descrevendo
o sinal correspondente, na folha recebida anteriormente.
MARQUES, M. Inclusão educacional
e a necessidade de formação continuada. In: ROSITO, M. C., BORTOLINI, S. e ACCORSI, M. I. (Orgs.) Atendimento
educional especializado na perspectiva da educação inclusiva. Porto Alegre:
Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (CORAG), 2015. p. 7-22. Disponível em
http://bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201552614310819042042__miolo_aee.pdf
Acesso em 22.DEZ.2016